Histórico

O Curso de Graduação em Engenharia de Produção

De forma a contribuir com a formação sólida científica de profissionais, capazes de desempenhar a função de planejamento, gestão e controle de sistemas produtivos sustentáveis, eficientes e competitivos, foi criado em 1998 o curso de graduação em Engenharia de Produção da UEPA.

À época, paralelamente às demandas locais e regionais de profissionais especializados na área tecnológica, observou-se o início no cenário nacional, de um processo de modernização do parque industrial brasileiro, incorporando-se aspectos de inovação tecnológica e competitividade.

Assim, a busca pela qualidade e competitividade condicionou a mudança do perfil do profissional demandado, o qual deveria apresentar competências de ordem técnica e também de ordem gerencial a fim de suportar tomadas de decisões nos níveis organizacionais operacional, tático e estratégico.

O Produto Interno Bruto (PIB) do estado do Pará foi de 138 bilhões de reais, no ano de 2016, crescendo nominalmente 5,46%. O estado contribui 43,5% com o PIB da região Norte, sendo o maior mercado consumidor e a maior economia da Amazônia e Região Norte (INVESTPARÁ, 2021).

A economia paraense concentra-se nas áreas da indústria, agropecuária e comércio e serviços (INVESTPARÁ, 2021). Os serviços contribuem com 61% do Valor Adicionado (VA) estadual, enquanto que a indústria corresponde a 25,3% do Valor Adicionado estadual e a agropecuária corresponde a 13,8% de VA (FAPESPA – Fundação de Amparo e Apoio À Pesquisa do Pará, 2021). Destaca-se a indústria extrativa do estado, que cresceu 11.08%, que contribui para os bons números da balança comercial de exportação do estado.

A mineração é a atividade que tem ganhado espaço na pauta de exportação, por meio da verticalização e agregação de valor. O Pará é considerado a maior província mineral do mundo e destaca-se pela produção de bauxita, ferro, cobre e manganês, com crescimento de 88% no ano de 2018. Municípios como Parauapebas e Marabá são considerados de suma importância na exportação de minério

Outro importante elemento da economia paraense é a exportação de produtos agropecuários como dendê e açaí, o que aponta para um estado forte em termos de verticalização da produção agrícola. O estado é responsável por 95% do fornecimento do açaí e representa 1,5 bilhão de reais gerando à economia paraense.

Sobre a logística, o estado do Pará tem localização geográfica privilegiada, que permite o escoamento da produção brasileira e os portos de Vila do Conde e a Hidrovia Araguaia-Tocantins. O potencial logístico do estado é demonstrado com o potencial investido na Ferrovia Paraense, com previsão de investimento da ordem de 14 bilhões de reais e que provavelmente irá melhorar o escoamento de minério e grãos, passando por municípios como Marabá, Moju até o porto de Vila do Conde.

Dessa forma, do ponto de vista regional, a economia do Estado do Pará é embasada principalmente na exploração de recursos naturais e sua exportação, bem como na logística de escoamento, tal como era na época de sua criação em 1998. Por isso, a fim de viabilizar o desenvolvimento regional é necessário impulsionar as atividades de transformação, principalmente na verticalização da produção mineral exportada, assim como modernizar a cadeia produtiva com o intuito de desenvolver polos industriais capazes de produzir e transformar os recursos naturais em produto acabado, com maior valor agregado.

Dado o contexto econômico do Pará, o engenheiro de Produção formado pela Universidade do Estado do Pará contribui de forma direta e indireta para o desenvolvimento da região. Com desenvolvimento de habilidades e competências relacionados à concepção, implantação e desenvolvimento de melhorias nos sistemas de produção, o Engenheiro de Produção atua nas diversas cadeias de produção do estado, promovendo a otimização de recursos humanos, financeiros, energia e informações, de maneira a prever produtos e serviços com maior eficiência e eficácia para a população.

Sua oferta ocorre nos municípios de Belém (desde 1998), Redenção (desde 2001), Castanhal (desde 2010) e Marabá (desde agosto/2011). Foram oferecidas turmas no município de Conceição do Araguaia e Igarapé-Açú no ano de 1999 com oferta única. Nos anos de 2010 e 2011 e 2012 não foram abertas novas turmas no município de Redenção, pois foi necessário realizar ações de melhoria da infraestrutura física, além da necessidade de fortalecimento do corpo docente. Em 2013, após a realização do reconhecimento do curso naquele município, a universidade voltou a abrir vagas do curso em Redenção para novos ingressantes.

O curso apresenta relativa atratividade no mercado de trabalho, dado que a última pesquisa de egressos realizada apontou uma taxa de empregabilidade de 70%, considerando todos os municípios onde o curso existe, com alunos atuando em diversos setores produtivos, como mineração, agroindústrias, logística e distribuição, cosméticos, setor governamental, construção civil, setor de bebidas, consultoria e setor hospitalar.

Diante dos novos desafios da nova economia mundial relacionados à inclusão de ações e processos referentes à sustentabilidade econômica, social e ambiental, bem como a transição para uma economia digital, torna-se imprescindível a reformulação do Projeto Pedagógico do Curso. Isso ocorre para corresponder a tais expectativas e melhorar o curso perante as demandas atuais e futuras para o fortalecimento da economia paraense e na agregação de valor das cadeias de produção.

Ressalta-se também perspectiva da formação humanística e social do Engenheiro de Produção, pela natureza de disciplinas como Psicologia Organizacional, Gestão de Projetos, Gestão e Sustentabilidade, Ecologia Industrial, bem como a abordagem dada para a resolução de problemas em qualquer esfera. Assim, o egresso do curso tem potencial para contribuir para com o planejamento de soluções e discussões para importantes problemas perante a sociedade.