Religião e Cultura Visual no Brasil: desafios e métodos

Kátia Marly Leite Mendonça, Helmut Henders e Etienne Alfred Higuet (Org.)

As contribuições deste livro dividem-se em três seções: campi das culturas materiais e visuais das religiões no Brasil e seus desafios; a importância do estudo das culturas materiais e visuais das religiões em outros contextos; e métodos para o estudo das culturas materiais e visuais das religiões no Brasil e sua diversidade.

A primeira seção, organizada de certo modo cronologicamente, introduz a importância dos estudos da cultura material e visual para a área de conhecimento de Estudos da religião e teologia e evidencia como linhas específicas da pesquisa podem se beneficiar com essa perspectiva.

Os dois capítulos da segunda seção dão tanto continuidade à primeira, como servem como ponte para a terceira, e têm em comum trazer perspectivas desenvolvidas fora do país. Em seu capítulo, David Morgan se concentra na definição de cultura visual como “investigação de como as pessoas organizam visualmente os seus mundos e, ao mesmo tempo, como as imagens as afetam”. Volker Küster introduz mais um campo e integra mais uma região do mundo. Seus exemplos da África, das Américas e da Ásia articulam tendências específicas e, ao mesmo tempo, relações entre essas regiões, na perspectiva da contextualização de práticas e ideias religiosas através da hibridização entre artes religiosas locais, como outro lado do aspecto polissêmico da cultura material e visual.

A terceira seção se dedica a métodos para o estudo das culturas materiais e visuais das religiões.  Ela inicia com o capítulo de Américo Bonfim, que aplica o método de Marcel Mauss em seu estudo de caso sobre os “novos santos” como estudo visual da religião popular. No capítulo seguinte, Douglas Rodrigues da Conceição, da Universidade do Estado do Pará (UEPA), parte dos conceitos da intertextualidade (Julia Kristeva) e da transtextualidade (Gérard Genette) e, com isso, de seu foco na aplicação da semiótica literária aos estudos da religião.

Ao final do livro, Kátia Marly Leite Mendonça nos introduz ao mundo da teoria visual ortodoxa, sinalizada pela metáfora clássica da “janela para o infinito”. Ela se refere a Guy Debord e David Freeberg quanto ao aspecto performativo, até potencialmente violento, da imagem, mas se concentra, em particular, nas concepções da imagem de Pavel Florenski e da janela de Andrei Tarkovski, com interface na “aura” de Walter Benjamin, explorando, além da visão usual e até materialista da imagem, um horizonte espiritual, enfim, como janela para o infinito.

ISBN978-65-88106-05-1
Peso436 g
Formato15 x 20,7 cm
PreçoEsgotado

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